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Criptomoedas Meme: Por que o mercado ama tokens que ‘não servem pra nada’?
As criptomoedas meme, como Dogecoin e Shiba Inu, parecem piadas sem propósito mas movimentam bilhões. O que explica esse sucesso irracional no mercado financeiro?
No universo cripto, onde a promessa de inovação tecnológica se mistura com volatilidade extrema e uma cultura digital acelerada, um tipo específico de ativo digital chama a atenção pelo seu aparente paradoxo: as criptomoedas meme. Dogecoin, Shiba Inu, Pepe, Bonk, tokens que, na maioria das vezes, não possuem utilidade prática ou fundamento técnico robusto, mas ainda assim movimentam bilhões de dólares em capitalização de mercado.
Em maio de 2025, Dogecoin lidera com um valor de mercado próximo a 34,8 bilhões de dólares, seguido por Shiba Inu com 9,2 bilhões, Pepe com 6,1 bilhões e Bonk com 1,77 bilhão. São cifras impressionantes para ativos cujo apelo principal não está na tecnologia, mas na estética, no humor e na viralização.
Cultura, comportamento e capital
O sucesso das criptomoedas meme está menos relacionado à lógica financeira e mais vinculado ao comportamento coletivo online. São produtos culturais antes de serem ativos financeiros. Representam uma espécie de investimento simbólico, em que os usuários se envolvem mais pela narrativa, pelo pertencimento à comunidade e pela emoção da aposta do que pela análise de fundamentos.
Dogecoin nasceu como uma sátira ao Bitcoin em 2013, trazendo o rosto do cão Shiba Inu como símbolo. Desde então, se consolidou como uma moeda de culto digital, especialmente após o endosso de figuras como Elon Musk. Shiba Inu (SHIB) tentou surfar nessa onda, posicionando-se como uma “Dogecoin killer” e criando sua própria blockchain (Shibarium). Já Pepe, baseada no meme do sapo, explodiu em 2023 e ultrapassou os 6 bilhões de dólares em valor de mercado em dois anos.
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O design dessas moedas é fundamental: são visuais, engraçadas e fáceis de compartilhar. A internet vive de memes, e uma moeda que tem um cão fofo ou um sapo caricato atrai muito mais atenção que um whitepaper técnico.
Além disso, o preço por unidade, geralmente baixíssimo, reforça a sensação de acessibilidade. Comprar milhões de tokens por poucos reais pode dar a falsa esperança de que basta um pequeno aumento no preço para se tornar milionário. Essa psicologia alimenta o chamado efeito manada: quanto mais sobe, mais investidores entram, movidos pelo medo de perder a oportunidade (“FOMO”).
Influenciadores digitais e grandes detentores de moedas (as chamadas “baleias”) também têm papel central. Eles compram cedo, promovem os tokens nas redes sociais, e vendem quando os preços disparam. O pequeno investidor, muitas vezes desinformado, entra tarde e acaba com prejuízo.
São apenas lixo?
Apesar de todas as críticas, não se pode ignorar a força cultural das meme coins. Algumas conseguiram construir comunidades engajadas e, em certos casos, até desenvolver ecossistemas com ações sociais e iniciativas de caridade. Ainda que não sejam investimentos convencionais, são fenômenos sociais legítimos e dizem muito sobre o comportamento financeiro contemporâneo.
OPINIÃO ONDA DE LUCRO
Meme coins são irracionais e por isso mesmo fascinantes. São o reflexo direto da internet como espaço econômico: caótica, emocional, imprevisível. Ignorar essas moedas é ignorar parte essencial da cultura cripto, mas tratá-las como investimentos sérios é ingenuidade. Elas funcionam como loterias modernas, com uma estética de comunidade e pertencimento. Para quem entra, a regra é clara: só invista o que está disposto a perder, porque aqui o jogo é mais sobre psicologia de massas do que sobre fundamentos financeiros.
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