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A política do assistencialismo não é sustentável: O Brasil está jogando água em incêndio com um copo
O Brasil aposta no assistencialismo como solução para a pobreza. Mas até quando esse modelo será viável?
Até quando vamos sustentar o assistencialismo?
O Brasil tem aprofundado, nos últimos anos, uma política pública baseada no assistencialismo. A proposta de garantir uma renda mínima para populações vulneráveis, embora legítima em contextos de emergência, tem se transformado em uma estratégia permanente, substituindo iniciativas estruturantes de geração de renda e desenvolvimento socioeconômico. Este modelo, ainda que necessário em certos momentos, tem se mostrado insustentável quando adotado como solução de longo prazo.
O alerta: um modelo que não se sustenta
Com mais de 200 milhões de habitantes, a complexidade social e econômica do Brasil exige mais do que transferências de renda. É preciso investir em políticas que promovam crescimento econômico, ganho de produtividade e desenvolvimento de capital humano. O atual modelo, focado em benefícios diretos e contínuos, atenua os efeitos da pobreza, mas não rompe com sua perpetuação. Pior: ignora as causas estruturais que mantêm milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.
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A realidade nos números
Segundo dados do Tesouro Nacional, em 2023, os gastos com o programa Auxílio Brasil ultrapassaram R$ 175 bilhões. Em contraste, os investimentos em saúde, educação e segurança pública somados foram inferiores a esse montante: R$ 158 bilhões para a saúde, R$ 145 bilhões para a educação e apenas R$ 21 bilhões para a segurança pública.
Isso evidencia uma escolha clara de prioridades: o maior esforço financeiro do Estado tem sido direcionado ao consumo imediato, não à construção de infraestrutura ou ao fortalecimento da força de trabalho. Além disso, esses recursos têm sido viabilizados por meio de endividamento público e expansão da base monetária — práticas que, embora paliativas, geram efeitos colaterais severos, como o aumento da inflação e a corrosão do poder de compra da população.
O custo invisível da dependência
O impacto do assistencialismo não é apenas fiscal. Há também um custo político e social. Programas contínuos e sem contrapartidas criam uma relação de dependência entre o cidadão e o Estado, o que compromete a autonomia individual e o exercício pleno da cidadania. Em um ambiente onde a sobrevivência depende do governo, o voto tende a ser guiado pelo medo da perda de benefícios, e não por escolhas racionais baseadas em projetos de país. Trata-se de um desequilíbrio democrático que enfraquece as instituições e perpetua ciclos de clientelismo.
O que realmente funciona
A história recente de países que superaram altos níveis de pobreza — como Irlanda, Coreia do Sul e Estônia — demonstra que a chave está em outro lugar. Esses países apostaram em educação de qualidade, abertura econômica, estabilidade jurídica e fiscal, além de incentivos à inovação e à produtividade. O papel da assistência social, nesses contextos, foi o de apoio emergencial e transição, não o de alicerce permanente.
OPINIÃO ONDA DE LUCRO
A assistência social é essencial em situações de vulnerabilidade, mas precisa estar atrelada a metas de transição e autonomia. Quando se transforma em política permanente, sem mecanismos de saída e sem contrapartidas, ela compromete a própria sustentabilidade do Estado.
A romantização do Estado como mantenedor absoluto mascara a ausência de políticas eficazes para o desenvolvimento econômico. É mais fácil conceder benefícios do que enfrentar reformas estruturais. No entanto, o custo dessa escolha já está sendo sentido na inflação, no endividamento público e na estagnação social.
O Brasil precisa romper com o ciclo de soluções paliativas e assumir um compromisso real com o crescimento sustentável. A responsabilidade fiscal, a educação de qualidade e o estímulo à geração de empregos devem ser os pilares de um novo projeto nacional — não o assistencialismo crônico.
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